Alemanha: liberais e verdes sinalizam que vão formar governo com sociais-democratas

A CDU, o partido de Angela Merkel, pode ir para a oposição se os sociais-democratas conseguirem uma coalizão com os liberais e os verdes. Partido mais votado na Alemanha não obtém margem suficiente para governar sozinho O Partido Social-Democrata (SPD), que venceu as eleições legislativas da Alemanha, o Partido Verde e o Partido Democrático Liberal (FDP) vão iniciar negociações na quinta-feira (7) para tentar formar uma coalizão de governo, anunciou o FDP. "Acabo de propor a (Olaf) Scholz (líder do SPD), em acordo com os Verdes, de nos reunirmos para debater entre os três, e isso vai acontecer", anunciou o presidente do FDP, Christian Lindner, durante uma entrevista coletiva. Poucas horas antes, o Partido Verde já havia anunciado que desejava formar uma coalizão com o SPD e os liberais. Olaf Scholz, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha, em imagem de 27 de setembro de 2021 Hannibal Hanschke/Reuters "Chegamos à conclusão de que faz sentido ter negociações profundas com o SPD e o FDP", declarou a copresidente dos Verdes, Annalena Baerbock. Os dois partidos mais votados nas eleições foram o SPD, em primeiro, e a União Democrata Cristã (CDU), em segundo. No entanto, nenhum dos dois teve votos suficientes para controlar o Parlamento. Eles precisam do apoio do Partido Verde e do FDP para conseguir formar uma maioria parlamentar. Esses dois últimos estão mais inclinados a formar um governo com o SPD. Esta decisão afasta a possibilidade de acordo com a CDU, o partido da chanceler Angela Merkel, que passaria à oposição. "O país não pode se dar ao luxo de um impasse prolongado" enquanto uma coalizão é negociada, afirmou a líder Baerbock, cujo partido ficou em terceiro lugar na votação. Trauma do passado recente Após as eleições de 2017, o acordo para a formação do governo demorou vários meses, e nesse tempo a Alemanha e a União Europeia ficaram com a governabilidade comprometida. "As conversações das últimas semanas mostraram que as maiores interseções de conteúdo são possíveis com este esquema (com o SPD e o FDP), sobretudo no âmbito da política social", explicou o outro copresidente do Partido Verde, Robert Habeck. Uma aliança de três partidos, com programas muito diferentes, para alcançar a maioria, é algo que não acontece na Alemanha desde a década de 1950. CDU não desistiu Apesar do revés eleitoral, a CDU, liderada por Armin Laschet, não desistiu de tentar formar um governo com os liberais e os ecologistas. Os dirigentes conservadores se reuniram no último domingo com os liberais e na terça-feira com os ecologistas, em uma tentativa de convencer os dois partidos a aceitar uma aliança, o que manteria a CDU no governo após 16 anos de era Merkel. Veja os vídeos mais assistidos do g1

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A CDU, o partido de Angela Merkel, pode ir para a oposição se os sociais-democratas conseguirem uma coalizão com os liberais e os verdes. Partido mais votado na Alemanha não obtém margem suficiente para governar sozinho O Partido Social-Democrata (SPD), que venceu as eleições legislativas da Alemanha, o Partido Verde e o Partido Democrático Liberal (FDP) vão iniciar negociações na quinta-feira (7) para tentar formar uma coalizão de governo, anunciou o FDP. "Acabo de propor a (Olaf) Scholz (líder do SPD), em acordo com os Verdes, de nos reunirmos para debater entre os três, e isso vai acontecer", anunciou o presidente do FDP, Christian Lindner, durante uma entrevista coletiva. Poucas horas antes, o Partido Verde já havia anunciado que desejava formar uma coalizão com o SPD e os liberais. Olaf Scholz, líder do Partido Social-Democrata da Alemanha, em imagem de 27 de setembro de 2021 Hannibal Hanschke/Reuters "Chegamos à conclusão de que faz sentido ter negociações profundas com o SPD e o FDP", declarou a copresidente dos Verdes, Annalena Baerbock. Os dois partidos mais votados nas eleições foram o SPD, em primeiro, e a União Democrata Cristã (CDU), em segundo. No entanto, nenhum dos dois teve votos suficientes para controlar o Parlamento. Eles precisam do apoio do Partido Verde e do FDP para conseguir formar uma maioria parlamentar. Esses dois últimos estão mais inclinados a formar um governo com o SPD. Esta decisão afasta a possibilidade de acordo com a CDU, o partido da chanceler Angela Merkel, que passaria à oposição. "O país não pode se dar ao luxo de um impasse prolongado" enquanto uma coalizão é negociada, afirmou a líder Baerbock, cujo partido ficou em terceiro lugar na votação. Trauma do passado recente Após as eleições de 2017, o acordo para a formação do governo demorou vários meses, e nesse tempo a Alemanha e a União Europeia ficaram com a governabilidade comprometida. "As conversações das últimas semanas mostraram que as maiores interseções de conteúdo são possíveis com este esquema (com o SPD e o FDP), sobretudo no âmbito da política social", explicou o outro copresidente do Partido Verde, Robert Habeck. Uma aliança de três partidos, com programas muito diferentes, para alcançar a maioria, é algo que não acontece na Alemanha desde a década de 1950. CDU não desistiu Apesar do revés eleitoral, a CDU, liderada por Armin Laschet, não desistiu de tentar formar um governo com os liberais e os ecologistas. Os dirigentes conservadores se reuniram no último domingo com os liberais e na terça-feira com os ecologistas, em uma tentativa de convencer os dois partidos a aceitar uma aliança, o que manteria a CDU no governo após 16 anos de era Merkel. Veja os vídeos mais assistidos do g1