Mulher trans da Malásia é processada por usar véu muçulmano e foge para a Austrália

Três anos depois de usar um véu islâmico em uma cerimônia de orações, Nur Sajat foi processada por ter insultado o Islã. Ela fugiu para a Tailândia e, depois, para a Austrália. Imagens de Nur Sajat de um de seus perfis em redes sociais Reprodução/@nursajat24 Leia também Adolescente trans é eleita 'rainha da escola' nos EUA Pela primeira vez, mulher trans é eleita Miss Cuiabá 2021 Mulher negra e trans é agredida por guarda-civil em abordagem na Cracolândia, Centro de SP; veja vídeo Uma mulher trans da Malásia se refugiou na Austrália depois de ter sido perseguida em seu país original por ter usado um véu islâmico durante uma sessão de orações. Nur Sajat, a mulher que fugiu de seu país, deu uma entrevista ao “New York Times” que foi publicada nesta quinta-feira (21). Imagens de Nur Sajat de um perfil dela em redes sociais Reprodução/@nursajat24 A Malásia tem um sistema legal duplo: os muçulmanos seguem a lei da Sharia (ou seja, baseada nos preceitos do Islã). Os outros seguem um código civil. O governo tem apoio dos muçulmanos, e tem passado leis rígidas relativas a vida dos LGBTQI+ do país. Sajat usou um véu muçulmano em fevereiro de 2018, para participar de uma oração durante a inauguração de um prédio na capital do país, Kuala Lumpur. Depois de três anos, ela foi processada por ter insultado o Islã e usado roupas femininas. Veja abaixo o vídeo de uma mulher trans que acusa a Guarda Civil Municipal de São Paulo de agressão. Mulher trans acusa GCM de agressão na Cracolândia, Centro de SP Na segunda-feira (18) ela anunciou que havia fugido para a Austrália para não ser presa. A pena que Sajat enfrentava na Malásia seria, provavelmente, ser enviada a um “centro de reabilitação” para pessoas trans. O ministro de Religião do país, Idris Ahmad, afirmou que esses centros são um lugar menos rígido que prisões. Sajat disse ao jornal que ela é de família muçulmana e que foi criada nessa religião —ela afirma que faz muita caridade, que é um dos preceitos do Islã, e que seu negócio segue as regras para ser certificado como halal (ou seja, que segue as regras do Islã). Prisão e assédio Segundo o jornal, em janeiro, Sajat foi convocada ao departamento de assuntos religiosos do estado onde sua empresa de bem-estar funciona. Ela disse ao “New York Times” que foi ao local com familiares. Ela ouviu dos agentes do departamento de assuntos religiosos que eles tinham recebido reclamações sobre ela. Sajat disse que pelo menos três homens a chutaram, e que ela foi algemada e que, na corte, os homens passaram as mãos em seus seios. A mãe de Sajat confirmou a história. A mãe teria perguntado como homens muçulmanos poderiam agir daquela forma, e os policiais afirmaram que Sajat é um homem, e portanto não haveria problema. Sajat foi processada em uma corte da lei da Sharia e passou a noite em uma prisão masculina. Ela chegou a protocolar uma reclamação. Em fevereiro, ela fugiu para a Tailândia. Depois de meses, o governo tailandês afirmou que ela tinha entrado no país ilegalmente. Ela, então, conseguiu sair da Tailândia e chegou à Austrália. Veja os vídeos mais assistidos do g1

Mulher trans da Malásia é processada por usar véu muçulmano e foge para a Austrália

Três anos depois de usar um véu islâmico em uma cerimônia de orações, Nur Sajat foi processada por ter insultado o Islã. Ela fugiu para a Tailândia e, depois, para a Austrália. Imagens de Nur Sajat de um de seus perfis em redes sociais Reprodução/@nursajat24 Leia também Adolescente trans é eleita 'rainha da escola' nos EUA Pela primeira vez, mulher trans é eleita Miss Cuiabá 2021 Mulher negra e trans é agredida por guarda-civil em abordagem na Cracolândia, Centro de SP; veja vídeo Uma mulher trans da Malásia se refugiou na Austrália depois de ter sido perseguida em seu país original por ter usado um véu islâmico durante uma sessão de orações. Nur Sajat, a mulher que fugiu de seu país, deu uma entrevista ao “New York Times” que foi publicada nesta quinta-feira (21). Imagens de Nur Sajat de um perfil dela em redes sociais Reprodução/@nursajat24 A Malásia tem um sistema legal duplo: os muçulmanos seguem a lei da Sharia (ou seja, baseada nos preceitos do Islã). Os outros seguem um código civil. O governo tem apoio dos muçulmanos, e tem passado leis rígidas relativas a vida dos LGBTQI+ do país. Sajat usou um véu muçulmano em fevereiro de 2018, para participar de uma oração durante a inauguração de um prédio na capital do país, Kuala Lumpur. Depois de três anos, ela foi processada por ter insultado o Islã e usado roupas femininas. Veja abaixo o vídeo de uma mulher trans que acusa a Guarda Civil Municipal de São Paulo de agressão. Mulher trans acusa GCM de agressão na Cracolândia, Centro de SP Na segunda-feira (18) ela anunciou que havia fugido para a Austrália para não ser presa. A pena que Sajat enfrentava na Malásia seria, provavelmente, ser enviada a um “centro de reabilitação” para pessoas trans. O ministro de Religião do país, Idris Ahmad, afirmou que esses centros são um lugar menos rígido que prisões. Sajat disse ao jornal que ela é de família muçulmana e que foi criada nessa religião —ela afirma que faz muita caridade, que é um dos preceitos do Islã, e que seu negócio segue as regras para ser certificado como halal (ou seja, que segue as regras do Islã). Prisão e assédio Segundo o jornal, em janeiro, Sajat foi convocada ao departamento de assuntos religiosos do estado onde sua empresa de bem-estar funciona. Ela disse ao “New York Times” que foi ao local com familiares. Ela ouviu dos agentes do departamento de assuntos religiosos que eles tinham recebido reclamações sobre ela. Sajat disse que pelo menos três homens a chutaram, e que ela foi algemada e que, na corte, os homens passaram as mãos em seus seios. A mãe de Sajat confirmou a história. A mãe teria perguntado como homens muçulmanos poderiam agir daquela forma, e os policiais afirmaram que Sajat é um homem, e portanto não haveria problema. Sajat foi processada em uma corte da lei da Sharia e passou a noite em uma prisão masculina. Ela chegou a protocolar uma reclamação. Em fevereiro, ela fugiu para a Tailândia. Depois de meses, o governo tailandês afirmou que ela tinha entrado no país ilegalmente. Ela, então, conseguiu sair da Tailândia e chegou à Austrália. Veja os vídeos mais assistidos do g1