Talibã substitui ministério de Assuntos Femininos por pasta conhecida por aplicar leis extremistas

No passado, agentes Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício chicoteavam mulheres que andavam sozinhas nas ruas do Afeganistão. Integrantes do Talibã, armados, perto de zoo em Cabul, Afeganistão, nesta sexta (17) Bulent Kilic/AFP No comando do Afeganistão, o Talibã vai substituir o Ministério de Assuntos Femininos pelo Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício. A pasta era responsável pela aplicação das duras políticas fundamentalistas islâmicas nos anos 1990, quando o regime extremista governou o solo afegão pela primeira vez. Naquela época, os agentes da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício eram conhecidos por chicotearem mulheres que andavam sozinhas pela rua e por exigirem outro tipo de comportamento, inspirado em uma interpretação muito rigorosa do Islã. LEIA TAMBÉM Talibã mantém reticência sobre esporte feminino no Afeganistão BBC flagra Talibã matando civis Afegãs reagem a extremistas: 'Não mexa nas minhas roupas' As regras para as estudantes talibãs no regime fundamentalista O que esperar do futuro das mulheres no Afeganistão? Trabalhadores instalaram uma nova placa com o nome 'Ministério da Propagação da Virtude e da Prevenção do Vício' onde ficava a sede da antiga pasta da mulher, registrou a AFP. Várias mensagens publicadas nas últimas 24 horas nas redes sociais mostravam funcionários do ministério dos Assuntos Femininos se manifestando em frente à sede por terem sido supostamente destituídos. "Ninguém escuta as nossas mulheres", denunciou um internauta no Twitter, enquanto outro escreveu com sarcasmo: "Podíamos esperar algo diferente desses animais". Nenhuma autoridade do Talibã respondeu aos pedidos de entrevista da AFP nesta sexta-feira (17), para que se explicassem sobre esses fatos. Sem moderação Durante ato pró-talibã, em frente à Universidade Shaheed Rabbani, em Cabul, mulheres seguram cartazes e faixas – "nós não queremos coeducação", diz um deles. Aamir Qureshi Embora os insurgentes insistam que govenarão com maior moderação do que em seu primeiro mandato (1996-2001), não autorizaram a maioria das mulheres a retomar o trabalho e introduziram regras sobre suas roupas na universidade. Nenhuma mulher faz parte do novo conselho de ministros do Talibã, anunciado há duas semanas. Durante o primeiro governo dos fundamentalistas, as mulheres foram excluídas da vida pública e só podiam sair de casa se usassem burca e estivessem acompanhadas por um familiar masculino.

Talibã substitui ministério de Assuntos Femininos por pasta conhecida por aplicar leis extremistas

No passado, agentes Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício chicoteavam mulheres que andavam sozinhas nas ruas do Afeganistão. Integrantes do Talibã, armados, perto de zoo em Cabul, Afeganistão, nesta sexta (17) Bulent Kilic/AFP No comando do Afeganistão, o Talibã vai substituir o Ministério de Assuntos Femininos pelo Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício. A pasta era responsável pela aplicação das duras políticas fundamentalistas islâmicas nos anos 1990, quando o regime extremista governou o solo afegão pela primeira vez. Naquela época, os agentes da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício eram conhecidos por chicotearem mulheres que andavam sozinhas pela rua e por exigirem outro tipo de comportamento, inspirado em uma interpretação muito rigorosa do Islã. LEIA TAMBÉM Talibã mantém reticência sobre esporte feminino no Afeganistão BBC flagra Talibã matando civis Afegãs reagem a extremistas: 'Não mexa nas minhas roupas' As regras para as estudantes talibãs no regime fundamentalista O que esperar do futuro das mulheres no Afeganistão? Trabalhadores instalaram uma nova placa com o nome 'Ministério da Propagação da Virtude e da Prevenção do Vício' onde ficava a sede da antiga pasta da mulher, registrou a AFP. Várias mensagens publicadas nas últimas 24 horas nas redes sociais mostravam funcionários do ministério dos Assuntos Femininos se manifestando em frente à sede por terem sido supostamente destituídos. "Ninguém escuta as nossas mulheres", denunciou um internauta no Twitter, enquanto outro escreveu com sarcasmo: "Podíamos esperar algo diferente desses animais". Nenhuma autoridade do Talibã respondeu aos pedidos de entrevista da AFP nesta sexta-feira (17), para que se explicassem sobre esses fatos. Sem moderação Durante ato pró-talibã, em frente à Universidade Shaheed Rabbani, em Cabul, mulheres seguram cartazes e faixas – "nós não queremos coeducação", diz um deles. Aamir Qureshi Embora os insurgentes insistam que govenarão com maior moderação do que em seu primeiro mandato (1996-2001), não autorizaram a maioria das mulheres a retomar o trabalho e introduziram regras sobre suas roupas na universidade. Nenhuma mulher faz parte do novo conselho de ministros do Talibã, anunciado há duas semanas. Durante o primeiro governo dos fundamentalistas, as mulheres foram excluídas da vida pública e só podiam sair de casa se usassem burca e estivessem acompanhadas por um familiar masculino.