Poupança registra em novembro segunda maior retirada mensal de recursos do ano

Segundo o Banco Central, saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 12,377 bilhões. Período teve alta da inflação e desemprego elevado. Os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 12,377 bilhões em novembro, informou nesta segunda-feira (6) o Banco Central. Segundo a instituição, as retiradas de recursos somaram R$ 294,09 bilhões no mês passado. Os depósitos totalizaram R$ 281,7 bilhões. Foi a maior retirada líquida de recursos desde janeiro deste ano, quando os saques superaram os depósitos em R$ 18,153 bilhões. Além disso, foi o quarto mês seguido em que os saques superaram os depósitos na poupança. Exclusivo: estudo Ibre/FGV mostra que pobres usam poupança para pagar contas; ricos, para viajar A retirada de recursos da poupança coincide com período de alta da inflação no país, ou seja, com encarecimento dos produtos e serviços e, consequentemente, queda no poder de compra da população. Além disso, o desemprego no Brasil se mantém alto, apesar de recente queda no indicador. Puxada pela gasolina, a prévia do IPCA fechou em 1,17% em novembro, a maior variação para o mês desde 2002. Em doze meses, a alta generalizada de preços na economia chegou a 10,73% - a maior desde fevereiro de 2016. A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no terceiro trimestre de 2021. Porém, o país ainda tem 13,5 milhões de desempregados, e o rendimento real do trabalhador caiu 11,1% em um ano, para o valor mais baixo desde o final de 2012. No acumulado de janeiro a novembro de 2021, os saques da poupança superaram as retiradas em R$ 43,156 bilhões, de acordo com o BC. Volume total Como em novembro os saques superaram os depósitos, o estoque dos valores depositados – isto é, o volume total aplicado na poupança – registrou queda no período. Em dezembro do ano passado, o saldo da poupança estava em R$ 1,035 trilhão, passando para R$ 1,027 trilhão em outubro e para R$ 1,018 trilhão em novembro. Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em novembro deste ano, os rendimentos somaram R$ 3,648 bilhões. Rendimento da poupança Com a taxa básica de juros atualmente em 7,75% ao ano, após nova elevação pelo Banco Central, a rentabilidade da poupança é de 0,44% ao mês e de 5,43% ao ano. Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic + Taxa Referencial, calculada pelo BC. Mesmo rendendo um pouco mais, com a alta da taxa básica de juros, a poupança continua perdendo para a inflação. Já são 14 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra. Desde o final do ano passado, a poupança vem perdendo rentabilidade em termos reais. Em outubro, o retorno em 12 meses, descontada a inflação, foi de -7,59%, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Foi o pior rendimento real da poupança desde outubro de 1991, quando o poupador que deixou o dinheiro nesta modalidade perdeu -9,72% no acumulado em 1 ano. VÍDEOS: notícias de economia

Poupança registra em novembro segunda maior retirada mensal de recursos do ano
Segundo o Banco Central, saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 12,377 bilhões. Período teve alta da inflação e desemprego elevado. Os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 12,377 bilhões em novembro, informou nesta segunda-feira (6) o Banco Central. Segundo a instituição, as retiradas de recursos somaram R$ 294,09 bilhões no mês passado. Os depósitos totalizaram R$ 281,7 bilhões. Foi a maior retirada líquida de recursos desde janeiro deste ano, quando os saques superaram os depósitos em R$ 18,153 bilhões. Além disso, foi o quarto mês seguido em que os saques superaram os depósitos na poupança. Exclusivo: estudo Ibre/FGV mostra que pobres usam poupança para pagar contas; ricos, para viajar A retirada de recursos da poupança coincide com período de alta da inflação no país, ou seja, com encarecimento dos produtos e serviços e, consequentemente, queda no poder de compra da população. Além disso, o desemprego no Brasil se mantém alto, apesar de recente queda no indicador. Puxada pela gasolina, a prévia do IPCA fechou em 1,17% em novembro, a maior variação para o mês desde 2002. Em doze meses, a alta generalizada de preços na economia chegou a 10,73% - a maior desde fevereiro de 2016. A taxa de desemprego no Brasil caiu para 12,6% no terceiro trimestre de 2021. Porém, o país ainda tem 13,5 milhões de desempregados, e o rendimento real do trabalhador caiu 11,1% em um ano, para o valor mais baixo desde o final de 2012. No acumulado de janeiro a novembro de 2021, os saques da poupança superaram as retiradas em R$ 43,156 bilhões, de acordo com o BC. Volume total Como em novembro os saques superaram os depósitos, o estoque dos valores depositados – isto é, o volume total aplicado na poupança – registrou queda no período. Em dezembro do ano passado, o saldo da poupança estava em R$ 1,035 trilhão, passando para R$ 1,027 trilhão em outubro e para R$ 1,018 trilhão em novembro. Além dos depósitos e dos saques, os rendimentos creditados nas contas dos poupadores também são contabilizados no estoque da poupança. Em novembro deste ano, os rendimentos somaram R$ 3,648 bilhões. Rendimento da poupança Com a taxa básica de juros atualmente em 7,75% ao ano, após nova elevação pelo Banco Central, a rentabilidade da poupança é de 0,44% ao mês e de 5,43% ao ano. Pela norma em vigor, há corte no rendimento da poupança sempre que a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% ao ano. Nessa situação, a correção anual das cadernetas fica limitada a 70% da Selic + Taxa Referencial, calculada pelo BC. Mesmo rendendo um pouco mais, com a alta da taxa básica de juros, a poupança continua perdendo para a inflação. Já são 14 meses seguidos que a modalidade amarga uma queda no poder de compra. Desde o final do ano passado, a poupança vem perdendo rentabilidade em termos reais. Em outubro, o retorno em 12 meses, descontada a inflação, foi de -7,59%, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Foi o pior rendimento real da poupança desde outubro de 1991, quando o poupador que deixou o dinheiro nesta modalidade perdeu -9,72% no acumulado em 1 ano. VÍDEOS: notícias de economia